Desenhar um retrato de Fernando Pessoa implica muito mais do que um simples esboço para gravura.
Este poeta em particular, como todos sabemos, foi, é e será múltiplo.
Dada a admiração que tenho pelo seu trabalho, resolvi fazer uma obra comemorativa de uma data específica: 8 de março de 1914 (incluída na impressão final).
O desenho é a primeira fase de uma gravura. Vou transferir esse desenho do papel para uma superfície: o linóleo é um dos meus materiais preferidos para fazer gravuras.
A imagem ficará num espelho, e no momento de nomear esta palavra lembro-me da possibilidade que tive de me multiplicar na Casa Museu Fernando Pessoa na sala dos espelhos.
Gravura, talha, desbaste é a segunda parte deste trabalho. As superfícies brancas serão atacadas pela ferramenta, deixando em relevo as linhas que quero imprimir.
Com o único propósito de tornar o trabalho mais complexo, decidi fazê-lo em cores.
Um dos métodos é utilizar várias matrizes, conforme se vê nas fotografias:
1 matriz para tinta cinza, 1 matriz para tinta violeta e uma matriz para tinta preta.
Sobrepostos, eles compõem a imagem inteira.
Cada matriz foi tintada com um rolo de borracha e sua respectiva cor, utilizando uma marca de registro na prensa para que a imagem ficasse corretamente legível.
A gravura ,desde sus origenes, permite editar uma imagem de multiples maneiras.
Nesse sentido, a técnica está profundamente ligada ao poeta retratado.
J.S.C
Febrero de 2022.
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